quarta-feira, 27 de maio de 2015

Tempo e poesia

Eu tenho noção da minha ausência. Realmente gostaria de poder postar mais vezes, fazer mais resenhas, comentários, poesias e etc... Mas, nas atuais circunstâncias estou tão atolada de afazeres que mal tenho tempo pra qualquer tipo de lazer( e sim, isso inclui ler e escrever por prazer).Engraçado como escrever por obrigação não chega nem perto da euforia que sinto em escrever apenas por vontade... Ainda assim, prioridades são prioridades, e o ENEM vem aí! Sem mais delongas, vamos ao que viemos fazer: ler poesia. Segue uma bela poesia de nosso querido Carlos Drummond de Andrade.



As sem-razões do amor


Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.



Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.



Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.



Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

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