terça-feira, 6 de outubro de 2015

Vida de escritor

Sim, eu sei o quanto de tempo faz que não posto nada. Mas aproveitei uns minutos sobrando para contar-lhes um pouco sobre mim, o que talvez os faça compreender tanta ausência.
 " Ser escritora em um país sem uma cultura literária popular é muito complicado, além do fato de ser inexperiente, o que piora mais ainda a situação. Nos últimos meses tenho me dividido entre estudos e sonhos literários. Infelizmente, esse último acabou ficando de lado e isso é massacrante para mim. As poucas coisas as quais escrevi durante o ano serviram mais de válvula de escape do que inspiração. Já fui negada várias vezes, sinto que de nada valem meus escritos.  Não que eu me ache o novo prodígio da literatura nem nada, eu apenas queria ser lida, afinal, acho que esse é o maior sonho de qualquer escritor, não é?

E é então que começo a questionar as razões da minha escrita. Escrevo pra viver ou vivo pra escrever? Não, na verdade nem um dos dois, escrevo para sobreviver. As palavras são como águas correntes em um rio profundo e abarrotado de surpresas em seu fundo, tão fundo que nem mil escadas alcançam seu solo lodoso. Haveria um solo? Essas águas levam folhas e toda sujeira que se acumula impossibilitando a passagem de luz. Porque essas negras águas precisam de luz? Mesmo que a luz pouco ajude aos seus observadores, ela ajuda ao próprio rio e seu ecossistema. Como poderia se autogerir sem fazer fotossíntese? Como viver sem luz? 
A alma é algo sóbrio e indefinível. Se perdermos nosso tempo explicando-a, nos esqueceremos de explorá-la e se maravilhar com suas belezas. Não importa o tempo que passe, o ser humano continuará sendo curioso e essa característica tão intrínseca é tão charmosa como o badalar do relógio a meia noite. E essa é a maior maravilha de viver, nada como um dia após o outro, todo dia é dia de aprender, dia de amar, dia de questionar, conhecer e renascer! 
Porque tantos rodeios em torno de uma volta infinita? Pois as metáforas e outros badulaques da escrita que eu nem sei dizer são as minhas joias preciosas. Mesmo que ninguém me entenda, nem eu mesma, ao menos as palavras entenderão. Elas estão lá, para sempre, no simples ato de existir."

Giovana de Carvalho Florencio

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