quinta-feira, 31 de maio de 2018

Cade meu chá de Rivotril?

Calma, não estou viciada em medicamento não, no entanto, admito, essa tem sido uma das minhas preocupações sociais. As válvulas de escape aparentemente medicinais que na verdade tem destruído com a saúde de seus usuários. Usuários, isso não parece o nome com que chamam quem faz uso de drogas recreativas? Ora ora, veja se medicamentos não são drogas? Drogas não recreativas é claro, mas ainda sim, drogas. Aqui não viemos para apoiar a criminalização das drogas nem taxar as pessoas de viciadas, porém, para levantar uma importante questão social.
Já parou para observar o quanto se tem tornado comum o uso de antidepressivos, calmantes, soníferos ou outros remédios com fim psiquiátricos e comportamentais? Não é vergonha nenhuma precisar de ajuda, não é vergonha estar mal, não mesmo. No entanto, não me parece saudável exaltar medicamentos tarja preta ou fortes visando alterar nosso estado psicológico cerebral. Por que você diz isso, Giovana? Certamente nunca passou por um período difícil psicologicamente..., né? Ledo engano, já passei por períodos turbulentos, de ansiedade, conturbação mental e insonia. E sabe de uma coisa? Está tudo bem! 
De fato, o nosso século é o século da depressão, ansiedade, e outras questões psicológicas, várias pesquisas indicam isso. Mas talvez nosso século seja muito patologizador, sim, quero dizer exatamente o que você acabou de ler. Como assim, o que quer dizer com isso? Quero dizer que estamos sempre nos taxando de anormal, de doentes, de ansiosos e de possuídos de 500 transtornos diferentes. Isso pode ter um lado maravilhoso, que é o da aceitação, de finalmente entender quem você é e porque é assim. Mas também pode nos aprisionar no paradoxo da eterna incompreensão (já falei disso algumas vezes aqui no blog), e todos estamos sujeitos a isso.
A minha preocupação é como estamos lidando com nossas dificuldades, será que temos nos aceitado e parado de nos taxar de estranhos, quando somos apenas singulares? Ou na verdade estamos nos enclausurando mais ainda dentro de nossas bolhas e tentado nos drogas para conseguir conviver em sociedade? Ninguém é obrigado a ser o que não é, ao menos não deveria, e muito menos obrigado a alterar seu estado mental por causa disso. Porque não trocar a o Rivotril, a Sentralina e a Fluxetina por terapia, chás, acompanhamento médico adequado (NUNCA SE AUTOMEDIQUE, PRINCIPALMENTE EM RELAÇÃO A QUESTÕES PSICOLÓGICAS), yoga, esportes, artes, música e hobbies em geral. 
Deixe as drogas e a famigerada, porém essencial, alopatia para quando realmente necessário, prescrito por médicos e para algo temporário. Os médicos mais humanistas que tive o prazer de ouvir entendem que os tratamentos muitas vezes não levam a cura, mas ainda assim não devem levar a escravização. O tratamento muitas vezes é para a vida toda, de fato, contudo, não se deixe estagnar no patamar das dificuldades, não aceite uma vida controlada por produtos químicos, uma vida controlando seu cérebro... 

*Os farmacêuticos, médicos, psicólogos, terapeutas e todos profissionais da saúde que pensem diferente são convidados a expor sua visão especializada, e debater o domínio que a alopatia de medicamentos psiquiátricos parece ter criado nas pessoas.

Mais informações em:
https://www.vladman.net/blog/diferen%C3%A7as-entre-sertralina-fluoxetina-e-paroxetina

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Eu Não Sou Um Homem Fácil

Je Ne Suis Pas Un Homme Facile : PosterDuração 1h 38min
Direção: 
Gênero Comédia
Nacionalidade França


Trailer:



Opinião:


Je Ne Suis Pas Un Homme Facile : Foto Vincent Elbaz
Uma comédia em que os papéis são invertidos, mostrando todo sexismo que há no mundo. Damien, o clássico macho alfa acorda em um mundo invertido. Nesse mundo, se apaixona por uma escritora famosa e dominadora, Alexandra. Mas não, não é o romance que ganha a trama, mas as nuances da história, pura, crua e simples.

"Eu não sou uma mulher fácil, é uma frase a qual estamos acostumados a escutar". Uma mulher que não cede a cantadas, é forte, crítica, é um tanto quanto difícil não é mesmo. Em nossa realidade é muito raro que homens recebam cantadas invasivas ou até mesmo sejam chamados de difíceis, até porque, convenhamos, a maior parte do tempo são eles que escolhem quem e o quê desejam. Agora imagine só se o mundo inteiro se invertesse e por alguns dias os homens passassem por tudo que passamos. Será que tudo é realmente uma questão biológica?
O impacto da função social de gênero no caso em tela é explícito e mais ainda, real. Não me recordo de sequer uma cena que tenha sido absurda ou desmedida. Nesse mundo paralelo, as mulheres fazem tudo que os homens fazem, seja para bem ou para mal. Inverter os papéis é de suma importância para apontar os pontos negativos de ambos lados. Mais ainda, para fazer entender os abusos explícitos por parte da nossa sociedade patriarcal.

Agora quanto a técnica, como um bom filme francês, a critica restou impecável, os atores foram excelentes, do mesmo modo figurino e cenário, os quais nos fazem imersos a esse "novo mundo". Tudo de modo a dar melhor aproveitamento ao texto e crítica. Não há que se dizer em feminismo radical ou nada do tipo, apenas em verdade nua e crua. Se ainda não assistiu, abra sua mente e não perca tempo, recomende a todos amigos também, aposto que vão dar boas risadas e pensar bastante.